sábado, 5 de março de 2011

Jogo de Sombra ( Entrevista ) - Sensei Nelson Góes


Estamos estreando este mês a série de entrevistas denominada " Jogo de Sombra " , que traz o sensei Nelson Jorge, atual presidente da FKTB, como entrevistado do mês de março de 2011 !



Nome ?

Nelson Jorge de Araújo Góes Filho

Onde nasceu ?

Salvador/Bahia

Qual a sua formação ?

Graduado em Educação Física (Ucsal), pós-graduado em Metodologia do Ensino Superior ( Faculdades Integradas Olga Mettig ), Gestão Esportiva ( Uneb ) .

Quando e por que decidiu praticar Karatê ?

Iniciei no Karatê em março de 1977 ( aos nove anos ), por influência do irmão do meu cunhado que era faixa verde. Eu queria aprender a lutar.

Qual o primeiro mestre e as principais referências no karatê ?

Iniciei no Karatê em 77 com o mestre Veiga ( 7º Dan atualmente ), Profº. Haroldo Muccini era faixa marrom e Profº. Isaías Brito era roxa, os dois eram monitores do Clube de Karatê da Pituba, Profº. Álvaro de Paula, Profº. Zé Carlos (técnicos de kumite, kata e enbu)  e eu, treinávamos com esses professores. Foi uma época memorável no Karatê. Quanto as referências, creio que além dos meus professores eu tinha admiração por vários caratecas entre eles: Djalma Caribé, Eckener Cardoso, Sérgio Bastos,Enobaldo Ataide, Temístocles Saldanha, Azer Fernandes, Almir Aleluia, Antônio Aderne, Augusto Pereira, João Gomes, Jorge Contreras e outros. Minha geração cresceu vendo esses atletas fazerem a diferença. Não tive a oportunidade de ver sensei Denilson Caribé competir, mas lembro que sua figura impunha um respeito natural.

 Quais eram seus principais concorrentes na época de competidor ?

No Karate-Dô Tradicional, meus principais adversários eram Paulão, Cláudio Rodrigues, Carlos Bastos e Marcos ( Reflexo ). Serjão, Elias e Eduardo Sena também faziam com muita competência parte daquela geração. A nossa academia ( AKA ) disputava os titulos de kata e kumitê,contra a Reflexo, SESC, Garra, Arte e Drakon. Foram embates marcantes.

Qual a sua percepção acerca da Competição x Arte Marcial ?

Penso que a competição tem muitas coisas positivas, desenvolve o equilíbrio emocional, o respeito a perseverança, a humildade, o saber conviver com a vitória e a derrota e outras situações que contribuem para formação do homem. A arte marcial, o budô é mais amplo, mais abrangente, é um exercício diário de auto-conhecimento e busca de uma evolução pessoal ( técnica e de caráter ) através do treinamento contínuo e do exercício de boas ações. Então para mim, a competição embora seja importante,é apenas uma parte do Karatê Tradicional, que acompanhará o praticante por um período, enquanto a arte marcial acompanhará o carateca até seus últimos dias.

Qual foi seu momento mais importante como atleta ou praticante ?

Sem dúvida foi 1987, só havia uma federação, eu tinha 19 anos e o Profº.  Sérgio Bastos me convocou para equipe de kumitê da seleção Baiana. Para mim foi um sonho, estavam na equipe Augusto Pereira, Enobaldo Ataíde, João Gomes, Gilmário Leal, a equipe de kata era tri-campeã Brasileira ( Eckener, Haroldo Muccini e Isaias Brito), pouco tempo antes disso eu os acompanhava da arquibancada. Sou muito grato ao sensei Sérgio Bastos por essa oportunidade, dali em diante meu Karatê cresceu muito em termos de resultados esportivos.

Por que aconselharia a prática do Karatê Tradicional ?

O Karatê Tradicional é meio de melhorar as pessoas, tornando-as mais respeitadoras, pacientes, auto-confiantes e humildes, o sensei Nishiyama simbolizou essas virtudes e outras tantas com muita naturalidade. A qualidade dos nossos professores ( FKTB ), sinaliza que esses conceitos sejam passados com responsabilidade.

Qual o livro aconselharia ?

Creio que o " The Best Karate " ( coleção ) traga informações técnicas consistentes para caratecas de vários níveis.

Qual frase / mensagem que gostaria de nos passar ?

O Karate –Dô Tradicional possui raízes fortes no nosso estado, porque dirigentes e atletas do passado e do presente, construiram e estão construindo essa história, cada qual com sua importância e magnitude, a nossa força reside na união das diversas gerações em busca de tornar o Karatê Tradicional cada vez mais forte. Fica então meus agradecimentos pela oportunidade da entrevista, na certeza de que outros entrevistados virão, contribuindo ainda mais na construção de um futuro melhor para o Karatê-Dô Tradicional da Bahia e do Brasil.

OSS!