Este mês temos como entrevistado do mês de junho, o sensei Temístocles Fonseca atual vice-presidente da FKTB, constituindo o nível estratégico e diretivo da FKTB.
Onde nasceu?
Nasci no Bairro Guarani, na Liberdade, Salvador-Ba.
Qual a sua formação ?
Sou formado em Fisioterapia, e atualmente estou me pós-graduando em Acupuntura.
Quando e porque decidiu treinar Karatê?
Na verdade antes de treinar Karatê, eu já havia praticado outras artes marciais. Iniciei treinando Jiu-Jitsu na adolescência, em seguida migrei para a luta livre com os professores Tiane, José Bento e Maneca Santana, sendo este último sobrinho do saudoso e campeão Valdemar Santana, um dos grandes nomes da luta livre que representou muito bem a Bahia projetando o nome do nosso Estado nesta arte. Algum tempo depois pratiquei Judô com o Shihan Carlos Lopes que também era meu professor de Educação Física, e que me incentivou a passar a praticar Karatê devido às habilidades que eu demonstrava nas aulas de Judô. Após este período comecei a treinar Capoeira no Grupo do SESC com o professor King que já praticava Karatê, o que me despertou interesse neste esporte. Mas ao assistir um exame de faixas na ASKABA a convite de um amigo meu, José Antônio (falecido) foi o fator culminante para eu decidir treinar Karatê.
Qual o Primeiro Mestre e quais as principais referências do Karatê?
O meu Primeiro Mestre foi o Shihan Ivo Rangel. Minhas Principais Referências são: os mestres Denílson Caribé (falecido), Yoshizo Machida, e os contemporâneos: Antônio Aderne, Álvaro Gonzaga, José Alves, Manoel Aguiar, Álvaro 48 (falecido), Dalmar, Dorival Caribé, Antônio Freitas (Mão de Ferro), Alberto Fonseca, Cláudio Mascarenhas, Raimundo Veiga, Milton Mucarzel.
Quais eram os seus principais concorrentes na época de competidor?
Djalma Caribé, Almir Aleluia, Azer Macedo, Eckner Cardoso, José Mendes, Jorge Contreiras, João Gomes, Adelmo Castro, José Edmundo (falecido), José Negão, Arthur Saldanha.
Qual a sua percepção sobre a competição x arte marcial?
Ambas são necessárias ao desenvolvimento e ascensão de todo karateca. Se por um lado as competições que resultam sempre em uma vitória ou uma derrota dos contendores, e, esta vivência ajuda-os a trabalhar conceitos como análise tática e trabalho em equipe preparando-os também para enfrentar as barreiras e dificuldades que a vida lhes impõe, por outro lado a arte marcial com a sua variedade de recursos e com a correta aplicação do Budô contribui de forma grandiosa para melhorar o intelecto, o caráter e a moral do individuo que pratica este esporte.
Qual seu momento mais importante como atleta ou praticante?
Houve muitos. Mas o mais marcante ocorreu em l975 quando a equipe da Bahia, a qual eu era também integrante foi Campeã Brasileira de Kumitê. Isto aconteceu em um período de transição onde alguns atletas de maior estatura por vários motivos foram substituídos e lá fomos nós, os baixinhos: Azer Macedo, Almir Aleluia, Jorge Contreiras, Temístocles Saldanha e com maior estatura João Gomes e Djalma Caribé. Naquela época a maioria das equipes eram compostas de atletas de grande estatura. Resultado: Sobrevivemos e fomos campeões brasileiros de Kumitê.
Porque aconselharia a prática do Karatê-Dô Tradicional?
Pelos benefícios que este esporte traz para o praticante. Dentre os vários benefícios podemos citar o desenvolvimento das habilidades física e metal, passando pelo lazer e a melhora do desempenho em suas atividades tornando-se então o Karatê um grande aliado na educação integral e familiar, dando dessa forma uma grande contribuição na melhoria da qualidade de vida e na formação do praticante.
Qual livro aconselharia?
O Monge e o Executivo.
Qual frase (mensagem) gostaria de nos passar?
”Devemos exigir a aplicação correta de uma postura baseada nos princípios do BUDÔ primeiro a nós mesmos, e, só a partir de então poderemos exigir essa mesma postura nos nossos semelhantes.”
Oss !
Temístocles Saldanha.
